Relato
de uma 1ª FIV de sucesso e muitas “aventuras” pós positivo!
Minha história começou em
meados de 2013 quando recebi o diagnostico de obstrução das trompas, depois de
realizar o temido (e horrível) exame de histerossalpinpografia. Fiquei
extremamente desapontada, frustrada, mas não deixei o desanimo me pegar o logo
comecei a minha pesquisa sobre o próximo passo: A FIV. Pesquisei muito e não
encontrei indícios seguros de que uma desobstrução daria certo, pelo risco de
gestação ectópica e tudo o mais. Entretanto os valores de uma FIV eram muito
altos e eu não poderia paga. Foi então que descobri que poderia ser doadora de
óvulos, conseguir a medicação pelo programa acesso que o valor do tratamento reduziria
muito.
Comecei a pesquisar varias
clinicas e médicos aqui no Rio de Janeiro, mas não senti confiança 100% em
nenhum. A maioria não respondia aos meus e-mail’s ou condicionava a informação
do valor da FIV a uma consulta que não sairia menos de R$ 400,00. Pagar para
saber o preço? NUNCA! Ouvia muitos elogios, mas também algumas várias críticas sobre
as clínicas e os laboratórios aqui do Rio e isso me deixou muito insegura. De
toda forma entrei em contato com uma clínica e marquei uma entrevista para ver
se eu poderia ser doadora. Em paralelo expandi minhas pesquisas para SP e
encontrei muitas pessoas dizendo que lá tinha os melhores laboratórios, que as
técnicas eram mais avançadas e tudo o mais. Enviei e-mail para algumas clínicas
e como aconteceu aqui no Rio foram pouquíssimas as que me responderam.
E dentre essas a Mater Prime
me respondeu prontamente e pediu para eu enviar meus dados que iriam verificar
se havia receptora compatível. E para minha surpresa, NO DIA SEGUINTE, obtive a
resposta de que havia uma receptora! Nossa, eu fiquei tão feliz! Como assim,
tão rápido? Porém ao mesmo tempo fiquei muito insegura em sair do Rio e ir para
SP fazer o tratamento. Mas peguei isso como um sinal e comecei a me planejar.
Pesquisei também muito sobre a clínica – Mater Prime – e o médico – Dr. Rodrigo
da Rosa Filho, e quanto mais relatos eu lia, mais confiante eu ficava.
Em 5 de setembro cheguei em
SP e tive a bênção de conhecer a Liliane Magalhães, que estava gravida de 8
meses e que havia feito o tratamento também com Dr. Rodrigo. Isso me motivou
ainda mais e me deixou mais segura. Além dela ter se tornado uma grande amiga,
hoje uma irmã. Iniciei a medicação e para minha grande decepção, dias depois,
Dr. Rodrigo me disse que eu não havia respondido como esperado – tive apenas 6
foliculos maduros – e que eu não poderia ser doadora. Meu mundo caiu! Como
assim? Todos os exames estavam ok, tudo indicava que eu poderia ser doadora!
Porque isso aconteceu?! Senti-me tão mal com aquilo. Não podia engravidar e
também não poderia doar! Foi então que Dr. Rodrigo conversou comigo e disse que
eu poderia tentar fazer o tratamento com os meus óvulos, sem doar e que pela
minha idade as chances de darem certo eram altas. Fiquei tão insegura, com
medo, mas resolvi confiar nele. E foi a melhor coisa que eu fiz.
Conversei com minha família
e conseguimos o dinheiro para continuar com o tratamento. Alguns dias depois
foi o dia da captação e estava bem nervosa! Havia 7 foliculos maduros, sendo
que Dr. Rodrigo disse que 2 poderiam ser cistos... Que medo de não ter nada! De
não dar certo... Mas assim que acordei da anestesia da captação ouvi a frase
mais linda desse mundo: “captamos 5 óvulos”. Exatamente como ele havia
previsto!!! Fiquei tão feliz.. As coisas começaram a caminhar e a chance de
voltar grávida para o Rio era real.
E começou a tensão em saber
se teríamos embriões, se seriam de qualidade, mas todo dia Dr. Rodrigo me
informava como eles estavam. Ao terceiro dia tinha 3 embriões e por isso
colocamos 2 embriões nesse estágio de desenvolvimento, para não correr o risco
de perde-los colocando-os no 5 dia, em estágio de blastocisto, que seria o mais
indicado. Apesar de ter muito medo de engravidar de gêmeos, colocamos 2 embriões,
pois as chances de gêmeos eram muito baixas.
No dia da minha
transferência não senti nada. Minha bexiga ficou cheia mas não senti dores nem
nada. Foram colocados os dois pontinhos de luz dentro de mim. Combinamos de
deixar o outro embrião se desenvolver até o 5º dia, e se ele virasse um blasto,
congelaríamos. Estava certa de que iria perder esse embrião, mas para minha
surpresa, segunda-feira, Dr. Rodrigo me liga e diz: “você tem um lindo blasto
para congelar”. Que felicidade. Para quem achava que não teria nada, tinha 2
bebês no forninho e 1 que iria virar picolé! Felicidade total!
Voltei para o Rio de Janeiro
com meus bebês na barriga e durante os 10 dias pós transferência tudo
transcorreu super bem. Fiquei em repouso absoluto por 48h, mas nos outros dias
levei vida normal, sem fazer esforços e abusar, é claro! Comecei a sentir
cólicas e dores nas costas nos dias seguintes e no dia 8 eu tive uma cólica
muito forte. Acho que foi o dia que eles definitivamente grudaram em mim.
E agora a parte mais difícil
do meu relato, na qual reforço a importância de se procurar um profissional
competente e qualificado para fazer o tratamento. No dia do beta, 2 de outubro,
já havia um dia que estava sentindo muitas dores na parte do estomago e a
barriga inchada. Achei que fosse gastrite nervosa. Naquele dia houve uma
confusão aqui no Rio, o trânsito ficou um caos e meu resultado só saiu no dia 3
pela manhã: beta 163, positivo! Iupiii. Tão feliz! Dr Rodrigo me ligou e eu só
conseguia chorar e agradecer por tudo que ele havia feito por mim. Só que ao
final do dia a barriga estava mais inchada e sentia dores. Entrei em contato
com Dr. Rodrigo o qual me orientou a procurar uma emergência e ver o que estava
acontecendo. Fui em uma clinica perto de casa onde a médica simplesmente ouviu
meu relato, passou buscopan na veia e mandou eu retornar para casa. Só que nessa
noite mal consegui dormir de tanto que doia e no dia seguinte procurei outro
local para fazer uma ultra.
No dia seguinte pela manhã,
ao deitar na mesa de exame fiquei apavorada pois a médica falou para eu ir
correndo para a maternidade mais próxima da minha casa que eu estava com
hiperestimulo: meus ovários estavam cheios de folículos e eu tinha muita água
no abdômen. Liguei chorando para Dr. Rodrigo, o qual me orientou que fosse a
uma maternidade, começasse a ingerir muita proteína e liquido e assim que fosse
atendida para avisar a ele que provavelmente me internariam.
Fui na referência
aqui do Rio de Janeiro, na Perinatal, onde as médicas que me atenderam pouco se
importaram com o fato de eu estar com muito liquido na barriga, apenas disseram
que meu beta era muito baixo, que eu deveria parar com a progesterona e ficar
em casa atenta a qualquer dor forte no abdômen que poderia ser torção do ovário!
Como assim? Saí de lá apavorada, com medo, confusa. Voltei a medica que fez a ultrassonografia
a qual indicou-me uma ginecologista que poderia me atender naquele mesmo dia.
Chegando na consulta a médica me passou antibiótico, anti-inflamatório e disse
que naquele momento tínhamos que priorizar a minha saúde e não pensar na
gestação! Como assim? Como aquilo estava acontecendo comigo? Liguei novamente
chorando para o Dr. Rodrigo o qual falou para eu ir até São Paulo que lá ele
iria me internar e acompanhar meu caso de perto e para eu não me preocupar que
eu e meu bebe ficaríamos bem. Tudo que eu precisava ouvir naquele momento para
me sentir segura.
Quando cheguei em SP, dois
dias depois, havia refeito meu beta e estava em 342. Tudo transcorria bem, mas
eu sentia tanta dor que não conseguia andar direito. Estava dormindo sentada!
Dr. Rodrigo me explicou que aquela é uma condição difícil de acontecer, chamada
hiperestimulo tardio, onde o corpo reage ao beta HCG – hormônio liberado pelo embrião
– como se fosse estimulação dos ovários. Então, quanto mais o beta aumentava,
mais o hiperestimulo se agravava! E eu tive que sair do Rio de Janeiro para ser
tratada de uma condição que pode acontecer em uma FIV? Como assim? Se eu
ficasse no Rio eu poderia ter complicações gravíssimas! O hiperestimulo é uma
complicação grave que precisa de acompanhamento, pois pode ter muitas consequências,
até mesmo fatais.
Quando cheguei no Santa
Joana em SP, achei que ficaria internada apenas 4 dias... Mas fiquei 12! Nesse período
fiz uma paracentese onde Dr. Rodrigo retirou 2,5 litros de agua do meu abdômen e
perdi mais de 4 quilos só de liquido. Foi o momento mais assustador pelo qual
já passei, mas tive ao meu lado Dr. Rodrigo o qual ia me visitar diariamente,
tirava todas as minhas dúvidas e me deixava segura de que eu e meu bebe iriamos
ficar bem. Além disso, a minha querida amiga Liliane Magalhães ia me visitar
todo dia e me animar, para que aquele momento tão assutador passasse um pouquinho
mais rápido.
Durante os 12 dias ainda
tive muitas surpresas... Vimos o saquinho gestacional em um dia e alguns dias
depois vimos dois saquinhos. Ou seja, dos dois embriões que eu coloquei os dois
ficaram! Seria mãe de gêmeos bivitelinos. Seriam um casal? Nossa, fiquei muito
feliz! Entretanto alguns dias depois comecei a sentir uma dorzinha na
panturrilha direita. Ainda estava internada mas era a véspera da minha alta e
comentei com Dr. Rodrigo, super despretensiosamente sobre essa dor. Ele achou melhor fazermos um doppler por
precaução pois poderia ser trombose, mas como eu não fiquei com a perna inchada
e nem mesmo quente e vermelha – o que acontece em casos de trombose, estava
super confiante de que não seria nada.
No dia do doppler, eis que
para a minha surpresa o diagnostico veio: estava com trombose! Só que em uma
veia super rara de acontecer, um coagulo super pequeno mas que não deixava de
ser uma trombose venosa profunda. Dr. Rodrigo aumentou a dose de anticoagulante
que eu já estava tomando como profilático, pelo fato de estar internada, mas
que no meu caso não foi suficiente para evitar o coagulo. Meu mundo caiu!
Porque estava acontecendo aquilo tudo? O que mais iria acontecer? Começei a
ficar super preocupada, com medo, assustada mas por outro lado sabia que estava
sob os cuidados do melhor profissional que já conheci.
Fiquei mais 5 dias por causa
do coagulo e no dia da minha alta, outra grande surpresa: um dos embriões havia
se dividido. Seria mãe de trigêmeos! Como assim? Meu Deus! O que eu faria
agora? Fiquei tão assustada, confusa... Dr. Rodrigo foi super paciente ao me
explicar que aquilo era raríssimo de ocorrer e que deveria haver alguma genética
na família do meu marido, pois seriam gêmeos univitelinicos, o que não teve
nada a ver com a fertilização – apenas os bivitelinos.
Depois disso finalmente
estava de alta e havia decidido: faria meu pré-natal e parto com ele, Dr.
Rodrigo, é claro! Como eu poderia confiar todas as minhas questões de saúde a
outro profissional? Meu hiperestimulo, trombose, gestação trigemelar? Mesmo
morando no Rio iria uma vez por mês as consultas e quando estivesse perto do
parto ficaria por São Paulo aguardando o tão esperado momento.
Depois da minha alta na
Maternidade Santa Joana, voltei para o Rio de janeiro. Mas estava muito fragilizada.
Como cuidaria de três bebes? Seria uma gestação de alto risco e eu estava muito
assustada. Fiquei por vários dias triste, confusa, mas feliz por ter tudo
acabado bem, meus bebes estarem com batimentos cardíacos excelentes e se desenvolvendo.
Entretanto, com 10 semanas de gestação fui fazer uma ultra de emergência, pois
aqui no Rio não consigo marcar ultrassonografia e eis que recebo a seguinte
notícia: o bebe que estava sozinho no saco gestacional havia parado há mais ou
menos duas semanas. Os gêmeos estavam bem. Que susto! O que teria acontecido para
ele parar? Como seria a absorção do mesmo? Dr. Rodrigo explicou que nesses
casos o corpo absorve e que eu não deveria ter medo, pois estava tudo bem com
os outros dois. E eu tive a certeza de que colocar dois embriões foi a escolha
mais perfeita da minha vida, pois se assim não fosse, nesse momento, eu teria
perdido o meu bebe.
E termino meu relato com
outro profissional que foi super atencioso comigo, Dr. Enoch do centro de
medicina fetal de SP. Ele fez o exame da translucência nucal, onde indentica-se
os riscos de ter down, viu todos os órgãos dos meus pequenos e disse que está
tudo bem. Ele foi super atencioso e cuidadoso comigo. Valeu muito a pena ir até
SP fazer esse exame, visto que é um marco na gestação de qualquer mulher.
Termino meu relato dizendo
que quem quiser acompanhar minha gestação pode me seguir aqui no blog e pesquisem
MUITO ao iniciar um tratamento de tamanho porte. Pesquise com pessoas que
fizeram com aquele profissional, escute opiniões, envie e leia e-mail e relatos.
Não se iluda com a primeira oferta que lhe fizerem, pois além do valor
financeiro e psicológico muitas coisas podem ocorrer e sua saúde estará
totalmente nas mãos daquele que você entrega-la. Quem quiser falar diretamente
comigo pode escrever: psicologa.rafaela@gmail.com